quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Vislumbres de uma infância dourada - A autobiografia de um rebelde iluminado


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É uma formosa manhã. O sol segue saindo uma e outra vez mas sempre é
novo. Não envelhece nunca. Os cientistas dizem que tem milhões de anos.
Bobagens! Vejo-o todos os dias. Sempre é novo. Nada envelhece. Mas os cientistas
são enterradores, por isso digo que têm esse aspecto tão grave, tão sério. Esta
manhã se volta a repetir o milagre da existência. Está acontecendo em cada
momento, embora só o descobrem uns poucos, muito, muito poucos.
A palavra «descobrir» é muito formosa. Descobrir o momento tal como é, vê-lo
tal como é, sem acrescentar nada, sem suprimir nada, sem nenhum trabalho de
edição; vê-lo tal como é, como um espelho... Graças a Deus, o espelho não edita; se
não, não haveria nenhuma só cara no mundo que se ajustasse a seus requisitos,
nem sequer a da Cleopatra. Não haveria nenhuma cara adequada para o espelho,
pelo simples feito de que se te começar a recortar, a editar e a acrescentar te
começará a destruir. Mas os espelhos não são destrutivos. Até o espelho mais feio é
formoso em sua indestrutibilidade. Simplesmente reflete.



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