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PRÓLOGO
A pergunta do Dr. Aaron Dash foi curta e rápida: — Srta. Jenkins, o que significa esta anotação sobre o erro na intravenosa do pequeno Carradine?
Karen Jenkins piscou, confusa, enquanto aquelas palavras penetravam no nevoeiro de sua infelicidade. Sendo enfermeira chefe do Centro de Terapia Intensiva, tudo o que acontecia ali era de sua responsabilidade.
— Não sei, doutor — respondeu, examinando ansiosamente a ficha do paciente.
Estava bem ciente da expressão zangada do médico, isto sem mencionar a expectativa que via nos rostos do Dr. Hanley Tyler, chefe do pessoal do hospital, e de Bess Martin, a diretora da Enfermagem, A despeito do esforço que fazia para manter-se calma, lidar com um médico irritado era mais do que poderia suportar, naquele momento.
A presença periódica de Bess e do Dr. Tyler era quase uma rotina, no CTI, mas o que tornava a ocasião quase especial, e bastante enervante, era o fato do Dr. Aaron também estar presente. Era um homem alto, de cabelos escuros e olhos penetrantes e, desde que se tornara cardiologista chefe, adquirira a reputação de ser muito rigoroso e exigente, no que se referia aos cuidados com seus pacientes.
Fora recrutado para o Children's Memorial, tendo vindo do hospital John Hopkins, em Baltimore, exatamente por sua habilidade médica, e não por ser um gênio em relações públicas. E, desde que levava seu trabalho à sério, mesmo passando por uma crise terrível na vida pessoal, Karen dava grande valor à opinião do Dr. Dash sobre o que ela fazia.
Duas anotações na ficha do paciente lhe chamaram a atenção: a primeira, numa letra quase rabiscada, levava as iniciais que poderiam ser suas, mas não eram. Pertenciam à nova enfermeira, Kim Johanssen. Logo abaixo, a segunda anotação, na mesma letra, informava que um erro havia sido cometido: fora ministrado Dextrose, no soro para o paciente, ao invés de água destilada. Mas era um erro que, felizmente, em nada comprometia a saúde do paciente.
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